terça-feira, 5 de maio de 2009

"hoje o tempo voa amor...

...escorre pelas mãos, mesmo sem se sentir que não há tempo que volte...". Metade de nós parece ser só saudade e a outra metade, divide-se em segundos e se aventura no futuro.
A vocês, caros leitores, um breve relato. Boa leitura!
- Só com o passar do tempo é que percebemos as nossas escolhas. O quão elas foram acertadas ou não. Casamos com a pessoa que achamos ser a certa. E praquele momento talvez o fosse. E nessa escolha não cabe gênero. Com essa escolha, vamos construir uma vida cheia de segredos e de silêncio. Rotineiramente tomamos café da manhã, almoçamos, vamos ao cinema, saímos pra dançar, partilhamos sonhos e construimos família. Tudo isso se arrasta de maneira misteriosa, quase inquestionável. A vida passa. A rotina cresce e com ela suas sombras, que vão se alimentando de coisas absolutamente mecânicas e reais demais. Os anos passam. Num belo dia, o mal humor toma conta. Palavras que antes serviam para elogiar, são ditas cheias de formalidades que assustam. Cada um se pergunta o que aconteceu, onde foi quebrado a harmonia. Os problemas são pesados demais para suportar. Os filhos crescem e a gente parece diminuir. O que nos sustentava, agora nos faz demolir. Vamos mergulhando numa vida tão distante da que tinha planejado. Falta ar e ao mesmo tempo vem aquela vontade de viver, de sair voando pela janela em busca do que ficou pra trás. Depois vem o medo. Vem a dor da separação, vem a preocupação com os filhos e por último a pergunta quem sempre esteve ali: o que vai ser de mim? Foi tudo um engano? Meu Deus, como pode? Como pude não perceber que não era ele o grande amor da minha vida? E a resposta só veio 15 anos depois. Parecia tão tarde. Mas no primeiro encontro com o meu passado, tive a certeza, depois do fatídico engano, que aquele era o amor que eu merecia. No amor a gente só se engana uma vez, pensei. Hoje adormeço sempre na esperança de acordar e ver que tudo passou, que o engano me pegou na inocência dos meus sentimentos. E sei que posso recomeçar, e me tornar livre enquanto vivo o amor que deixei adormecido em mim por não saber que podemos cometer suicídio com os nossos sonhos. Mas eles sempre voltam.

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